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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Soneto De Separação


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

 Vinicius de Moraes    

1 comentários:

Adelaide Rodrigues disse...

Olá!! Vim conhecer seu cantinho através do agenda dos blogs e gostei muito e ja estou te seguindo. Quando puder venha conhecer os meus também.